Todas
A Bisa, benzedeira
o susto da menina
febre, dor de ouvido, dores
traça o sinal da cruz
benze que passa
A Vovó, cuidadeira
o resfriado da menina
garganta inflamada, peito carregado
chá de poejo com hortelã
toma que passa
minhas bruxas preferidas
bruxas? somos bruxas?
sim! as que não foram queimadas
as mulheres pertinácias
quantas encontro
antigas, agora
me compõem
cresço, revivo, sobrevivo
escavei todas
sou todas
sem mais, não sou.
poema de Talita Franceschini de Carvalho