Mulheres que inspiram – Ana Primavesi

Mulheres que inspiram – Ana Primavesi

Cine por Elas celebra a contribuição das mulheres na agroecologia com exibição especial documentário e  homenagem a Ana Primavesi

No dia 25 de abril, o projeto “Mulheres que Inspiram”, organizado pelo cineclube Cine por Elas, apresenta uma sessão especial dedicada à luta das mulheres na agroecologia com homenagem à Ana Primavesi, precursora do tema no Brasil.

O documentário “Ecos da Terra”, roterizado por Fernanda Couzemendo e Ursula Dart, e dirigido pela capixaba Ursula Dart, é o destaque desta edição, oferecendo uma visão inspiradora do papel fundamental das mulheres nesse campo crucial. Nele, mergulhamos  nas histórias de seis mulheres que fazem da agroecologia uma forma de pensar saúde e movimentos sociais.

Com o olhar sensível de Ursula Dart e cerca de 50 minutos de duração, o filme aborda as escolhas cotidianas que levaram as personagens, anos atrás, a se decidirem pela ruptura com a lógica do veneno.

 Através de suas jornadas e experiências, o documentário revela não apenas os desafios que enfrentam, mas também a resiliência e a inovação que trazem para a mesa. 

Além da exibição do filme, a sessão será uma oportunidade para homenagear a grande Ana Primavesi, uma figura icônica na agroecologia que deixou um legado duradouro através de seu trabalho incansável e suas ideias revolucionárias.

Precursora da agroecologia no Brasil, Primavesi foi uma importante pesquisadora do tema e responsável por avanços no campo de estudo das ciências do solo em geral, em especial o manejo ecológico do solo.

Depois da sessão, abriremos uma roda de conversa com as idealizadoras do coletivo Nossos Quintais.

Criado durante a pandemia, em resposta à necessidade de garantir o acesso à alimentação saudável na comunidade do Morro da Capixaba, em Vitória, ES.

Com foco inicial na segurança alimentar e bem-estar mental dos moradores locais, o coletivo voltou suas ações, em 2022, para a região da Grande Terra Vermelha, em Vila Velha.

Além de ações internas como manutenção dos quintais, cuidado social e mental das integrantes, o Coletivo oferece oficinas e vivências voltadas à agroecologia, geração de renda e bem viver.

Venha se inspirar e celebrar as mulheres que estão transformando a relação com a terra e promovendo um futuro mais sustentável. 

O projeto “Mulheres que Inspiram”é uma realização do Cine por Elas, pela Secretaria de Cultura do Estado do Espírito Santo e pela Funcultura, através do edital de manutenção de cineclubes.

SERVIÇO

Sessão Mulheres que inspiram – homenagem à Ana Primavesi

Local: Cine por Elas – rua Anhanguera, 16 , Cristóvão Colombo, Vila Velha – ES.

Data: 12 de dezembro de 2024, às 20h

Entrada franca

Sobre o Cine por Elas: 

O Cine por Elas é um cineclube criado em dezembro de 2020 em Vila Velha-ES, com objetivo de reunir, projetar, discutir, democratizar o conhecimento e movimentar as mulheres capixabas. Atua na transversalidade dos saberes, nas diversas áreas: Educação, Meio Ambiente, Direitos Humanos e Movimentos Sociais. É a reunião para a reflexão sobre questões culturais e sociais. Uma rede de afeto, apoio e informação.

Sobre o documentário Ecos da Terra

“Ecos da Terra” percorreu mais de dois mil quilômetros no Espírito Santo para registrar histórias de seis mulheres que fazem da Agroecologia uma realidade potente em suas vidas, de suas famílias, comunidades e movimentos sociais.

Com cerca de 50 minutos de duração, o filme aborda as escolhas cotidianas que levaram as seis personagens, anos atrás, a se decidirem pela ruptura com a lógica do veneno.

Participaram do doc, com seus depoimentos e histórias de vida, as agricultoras capixabas Ana Flavia Luck, Erenilda Luzia Schuina Ferreira Guio, Flavia dos Santos, Maria José Gonçalves Luck, Joselma Maria Pereira, Josiane de Abreu Machado, Marijane Luck e Selene Hammer Tesch.

Assista ao documentário AQUI.

Sobre o Coletivo Nossos Quintais

O Coletivo foi criado durante o período pandêmico, em resposta à necessidade de garantir o acesso a alimentos saudáveis na comunidade do Morro da Capixaba, em Vitória-ES, através da criação da Horta Comunitária Jardim da Capixaba. Inicialmente, o foco era a segurança alimentar e o bem-estar mental dos moradores locais. Após uma pausa em suas atividades em 2021, o Coletivo retomou suas ações em 2022 na região periférica da Grande Terra Vermelha, onde suas integrantes residem atualmente. A percepção da importância dos quintais produtivos, principalmente mantidos por mulheres, como fonte de reforço alimentar para as famílias, levou ao fortalecimento desses espaços e à criação do Coletivo.

Atualmente, o Coletivo se reúne periodicamente nos quintais, promovendo momentos de escuta, trocas de saberes e estratégias de geração de renda baseadas no bem viver. A colaboração entre os membros permite ampliar a variedade de produções e fortalecer os laços comunitários, com todas as integrantes crescendo juntas através dessa rede de apoio mútuo.

Além das ações internas diárias, como manutenção dos espaços, cuidado social e mental das integrantes, o Coletivo realiza vivências e oficinas voltadas à agroecologia, geração de renda e o bem viver. Articulando-se com redes e outros coletivos se engaja em parcerias e colaborações que compartilham interesses e objetivos semelhantes, visando fortalecer a atuação coletiva e ampliar o

alcance das suas ações. O Coletivo é parte ativa da RUCA (Rede Urbana Capixaba de Agroecologia) onde mobiliza um GT de Quintais Produtivos fortalecendo as ações promovidas pela mesma. O Coletivo também está presente no CRJ (Centro de Referência da Juventude) de Terra Vermelha, onde desenvolve a Oficina Mãos na Terra. Hoje também atua em fóruns e conselhos onde está envolvido em instâncias de participação cidadã, como o Fórum Estadual de Economia Solidária do Espírito Santo, o Conselho Municipal pelos Direitos das Mulheres e o Conselho Municipal de Segurança Alimentar, onde contribui com sua visão e propostas para a construção de políticas públicas e a promoção de direitos específicos, como os direitos das mulheres e a segurança alimentar. Essas ações demonstram um compromisso do Coletivo com a promoção da agroecologia, do bem-estar comunitário e da participação cidadã em diferentes esferas, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida das pessoas envolvidas.

O coletivo está engajado em diversas frentes que refletem seu compromisso com a transformação social e ambiental. A agroecologia é uma das bandeiras, promovendo práticas de plantio sustentáveis respeitando os saberes populares e ancestrais, a biodiversidade e dispensando o uso de agrotóxicos . A sustentabilidade é um dos pilares centrais, buscando equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental. Além disso, o grupo está ativamente envolvido na promoção da economia solidária, apoiando modelos econômicos mais justos e colaborativos. A emancipação feminina e as

diversas expressões de mulheridades são áreas de lutas essenciais, visando a igualdade de gênero, o combate à violência, racismo e todo o tipo de preconceito demonstrando a busca por um mundo mais equitativo e sustentável.

A homenageada Ana Primavesi

Nascida na Áustria em 1920, Ana Maria  Primavesi foi presa em um campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial e chegou ao Brasil na década de 1950, onde deu vida a uma extensa produção acadêmica que se contrapôs ao avanço desenfreado do agronegócio.

Foi professora da Universidade Federal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, onde contribuiu para a organização do primeiro curso de pós-graduação em agricultura orgânica. 

Autora de dezenas de livros e centenas de artigos acadêmicos, Primavesi foi também fundadora da Associação da Agricultura Orgânica (AAO) e ao longo de sua carreira e recebeu uma série de prêmios, como o One World Award, da Federação Internacional dos Movimentos da Agricultura Orgânica (IFOAM).

“Ela lutou bastante. No começo, ela apresentava as defesas dela e enfrentava um mundo muito masculino. Eram debates bem calorosos. Mas ela falava, ela sabia como era e não deixava cair a peteca”, comenta Carin Primavesi, filha da engenheira.

“Ela fez tudo pelo amor à terra. Não buscava nada em troca. Queria difundir [o conhecimento]. Mesmo se tivessem poucas pessoas para ouvi-las, ela falava”.

Foi em busca do aprimoramento de uma relação respeitosa com a terra que os passos de Primavesi se entrelaçaram com os do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-terra (MST).

A engenheira agrônoma faleceu em 5 de janeiro de 2020, aos 99 anos, em decorrência de problemas cardíacos.Fonte: https://www.brasildefato.com.br/2020/10/03/centenario-de-ana-primavesi-uma-vida-de-amor-a-terra

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