#OlhePorElas. O Brasil, como chegamos aqui e como podemos ajudar?
A realidade dos dias atuais vem se mostrando difícil, e cada dia pior. Uma soma de escolhas e atitudes ruins que está abalando nossa esperança em dias melhores.
Temos uma pandemia de um vírus letal. No Brasil foi identificada a primeira contaminação pelo novo corona vírus no final de fevereiro de 2020, enquanto a Europa já registrava centenas de casos de covid-19. A declaração de transmissão comunitária no país veio em março de 2020, (só depois do Carnaval!) mês em que também foi registrada (oficialmente) a primeira morte pela doença. Ou seja, estamos vivendo há mais de um ano com essa pandemia.
Temos números alarmantes de mortos, mais de 494 mil (até o dia de hoje 17/06/2021), números que não param de crescer. Segundo a Universidade Johns Hopkins, no ranking mundial dos países com mais mortes pela Covid–19 estão os Estados Unidos em primeiro lugar, o Brasil em segundo e a Índia em terceiro. O Brasil ainda é o o terceiro país com mais casos da doença no mundo. https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/2021/06/06/brasil-tem-873-mortes-e-39637-novas-contaminacoes-por-covid-19-nas-ultimas-24-h
Ainda em 2020, estudos sobre a vacina contra covid-19 avançaram e tornaram real a possibilidade de imunizar a população. Em janeiro deste ano, o Brasil começa a vacinar grupos prioritários, após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar o uso emergencial da CoronaVac e da vacina de Oxford. Aí pensamos, o Brasil tem uma enorme capacidade instalada por trás de um programação nacional de vacinação reconhecido mundialmente. Na pandemia de H1N1, por exemplo, o Brasil imunizou quase 80 milhões de pessoas em três meses. Agora vai dar tudo certo! SQN. A falta de vacinas impede o país de atingir os níveis de imunização de outras décadas.
Em seis meses 24,3% da população total do país recebeu uma dose, 11,1% da população total recebeu duas doses e 54,3% dos vacinados ainda não recebeu a segunda dose (https://www.vacinabrasil.org/). Um estudo recente da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora) apontou que que Brasil precisa vacinar 2 milhões por dia para controlar pandemia em até um ano. E atualmente o país mal tem conseguido passar de 1 milhão por dia. Isso ocorreu em 10 dos 135 dias do programa de vacinação.
No caso brasileiro, isso se agravou porque o governo Bolsonaro recusou sucessivas ofertas da Pfizer, apostou todas as fichas na vacina AstraZeneca-Oxford, ameaçou boicotar a Coronavac por disputas políticas com o governo de São Paulo e só decidiu comprar outras vacinas quando a fila de países compradores já “dobrava a esquina”. Mas os constantes atrasos em importações de insumos e vacinas, além de problemas na produção em território nacional e a não aprovação de outros imunizantes por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fazem com que esse cronograma seja cada vez mais difícil de ser atingido.
O negacionismo quanto a existência da doença COVID-19 e sua letalidade (uma gripezinha), quanto a importância e eficácia da vacina (vamos virar jacarés ou ter chips chineses implantados no nosso cérebro), a demora injustificada na produção das vacinas (que até agora se mostrou o ÚNICO método COMPROVADO de imunização para COVID), e a negligência das atitudes do governo teve outras consequências além das mais de 494 mil mortes no Brasil.
O agravamento da crise econômica (que já existia!). O número de desempregados no Brasil foi estimado em 14,4 milhões no trimestre encerrado em fevereiro, o maior contingente desde 2012, e quase 6 milhões estão desalentados (pararam de procurar emprego). Ou seja, o número segundo os últimos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem 13,5 milhões de pessoas vivendo na extrema pobreza. Hoje, aos desempregados, o valor médio do auxílio emergencial é de R$ 250. A ideia é que o novo Bolsa Família, hoje pago em uma quantia média de R$ 190, seja equiparado ao auxílio emergencial e expandido para um número maior de beneficiários.
Um dado: em uma busca simples na internet, a cesta básica mais barata para uma família de 2 pessoas com 36 itens custa 230,00 reais, sem material de higiene.
Se você não faz parte destes 13,5 milhões de brasileiros vivendo na extrema pobreza ou dos mais de 20 milhões desempregados/desalentados, e chegou neste ponto do texto, você pode estar se perguntando: Será que posso ajudar? Como eu faço para ajudar?
O Cine Por Elas vai fazer o movimento #OlhePorElas. Vamos destacar uma vez por semana um projeto social que vem ajudando estas pessoas que estão vivendo em situação de necessidade. Aqui vamos divulgar o projeto, os responsáveis, como você pode ajudar. Vamos buscar projetos sérios que buscam devolver um pouco da dignidade e a esperança, mesmo que momentânea, para estas pessoas (seja distribuindo cestas básicas, seja fazendo marmitas comunitárias, seja doando roupas…).